Sporting

Pedro Henriques explica lance que resgatou Sporting nos Açores

O Sporting visitou os Açores para os oitavos de final da Taça de Portugal e o jogo terminou novamente em polémica. Desta vez, uma grande penalidade que demorou quase 15 minutos a ser decidida, já para lá do minuto 90, que resgatou o Sporting e que, para muitas opiniões, não teria lugar.

É esse também o caso de Pedro Henriques, ex-árbitro e atual comentador de arbitragem do jornal A Bola, que dividiu a análise deste lance, segundo duas problemáticas importantes.

“Do jogo do Santa Clara-Sporting, destaque claramente para o lance ocorrido 20 segundos depois do minuto 90, relembrar que o árbitro deu 6 minutos de desconto e o lance ocorreu 20 segundos depois do minuto 90, e entre o lance a ocorrer e o vídeo-árbitro rever o possível penálti a favor do Sporting, e o árbitro dar e validar o pontapé de penálti passaram 14 minutos, e o vídeo-árbitro esteve cerca de quase 12 minutos a verificar o lance, porque é o minuto 90 mais 12 que chama o árbitro ao monitor. E aqui vem o primeiro problema, que é quando um vídeo-árbitro que chama o árbitro para ir ao monitor é supostamente para lhe dar imagens que sejam claras e óbvias de que houve, neste caso concreto, um pontapé de penalti. Ora, se está a 12 minutos para analisar um lance, é porque as imagens que tem são muito duvidosas ou não são claras e óbvias. Claro que a verdade desportiva é sempre o mais relevante e importante para vir ao de cima, demore o tempo que demorar, mas aqui está o primeiro problema”, começou por elencar Pedro Henriques.

“A segunda questão é que, no meu ponto de vista, não há motivo para pontapé de penálti, porque realmente o Tiago Duarte, num movimento absolutamente normal de salto com o braço esquerdo dobrado e encolhido junto ao corpo, tem um contato que até mais sobre o pescoço do que propriamente na cara, para mim inconsequente, portanto, não é um braço esticado, não é um braço fora do plano de corpo, não é o acertar na cara do adversário, não é uma cotovelada, não é um estalo, portanto, é um movimento absolutamente normal, natural, do salto e do toque, do contato que para mim é normal e legal, e portanto acho que o vídeo-árbitro esteve mal, quer no tempo de análise, quer no chamar o árbitro.

E depois o árbitro tinha a prerrogativa de chegar lá e concordar, ou mesmo não concordar, e por acaso fiquei um pouco espantado, porque eu acho que o contato é tão normal, visto em câmara lenta e visto sobretudo em movimento normal, porque estas coisas depois também têm que ser vistas em movimento normal, e em movimento normal é um contato ligeiro, que não há, portanto, a tal intencionalidade, não é um gesto deliberado, não é um toque para, de alguma maneira, dar uma cotovelada, afastar o adversário, portanto parece-me absolutamente contato normal, e portanto com estas imagens, eu não daria pontapé de penálti”, disse Pedro Henriques, sobre o lance que permitiu o empate ao Sporting, levando o jogo para prolongamento, no qual sairia vitorioso e apurado para os quartos-de-final da Taça.

Artigos relacionados

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Botão Voltar ao topo