Noronha Lopes: «O maior legado desportivo de Rui Costa foi o bicampeonato do Sporting»
Candidato à presidência do Benfica assumiu estratégia de recolher os votos dos candidatos derrotados e 'roubar' eleitores ao seu opositor, de quem não aceita «lições de benfiquismo» e acusa de ter sido «bandeira eleitoral de Vale e Azevedo»

A quatro dias da segunda volta das eleições para os órgãos sociais do Benfica, Noronha Lopes conta espingardas e assume a sua estratégia: convencer associados que votaram no seu opositor, Rui Costa, mas também recolher os votos que se dirigiram a Luís Filipe Vieira, João Diogo Manteigas, Martim Mayer e Cristóvão Carvalho, adversários afastados da corrida após a primeira volta. E não hesita em justificá-lo: «o maior legado desportivo de Rui Costa nestes quatro anos foi o bicampeonato do Sporting», aponta.
«Estou a falar com os sócios e, mais uma vez, a explicar o que é o meu projeto, porque é que temos de mudar. Porque o Benfica não aguenta mais quatro anos disto, o maior legado desportivo de Rui Costa nestes quatro anos foi o bicampeonato do Sporting – e os benfiquistas não podem estar contentes com isto. Acho que os benfiquistas, na sua maioria, não se reconhecem neste Benfica, que sabe a pouco, do poucochinho e, portanto, acho que essa voz da mudança vai chegar, interpretada pela minha candidatura», assumiu, à chegada ao restaurante 3.º Anel, no Estádio da Luz.
Antes de se juntar a um convívio que contou com algumas dezenas de apoiantes, incluindo nomes como Bagão Félix, candidato à liderança da Mesa da Assembleia-Geral e Nuno Gomes, vice-presidente para a área do futebol na sua lista, Noronha Lopes não mostrou problemas em «reconhecer o que fez» Luís Filipe Vieira, apontando ao mesmo tempo o dedo a Rui Costa.
«Concorri contra Luís Filipe Vieira e, portanto, dei a cara em momentos decisivos quando achei que o Benfica tinha de mudar. Rui Costa esteve lá durante muitos anos, escondido, e nem sequer consegue explicar bem aquilo que fez. Eu dei a cara em momentos decisivos contra Vieira, mas não deixo de reconhecer que o que fez em determinadas alturas do Benfica, não lhe desculpo outras coisas que fez depois, mas não tenho problema nenhum em falar do passado», fez saber.
Rui Costa é que tem uma grande dificuldade em falar do passado e eu não aceito lições de benfiquismo de alguém que foi bandeira eleitoral de Vale e Azevedo e que, nas alturas em que era preciso mudar e tomar uma decisão firme não se chegou à frente», acusou, por fim, o candidato.






