Comunicado oficial sobre Ângela Pereira

Ângela Pereira, jovem de 23 anos natural de Viana de Castelo que padece de um cancro, cujo apelo emocionou a internet e invadiu a imprensa nos últimos dias, agradeceu, esta quarta-feira, a onda de “carinho e amor” que tem recebido e deixou um aviso de que não está a pedir qualquer apoio financeiro, nem autoriza que o façam em seu nome.
“Não estamos a solicitar qualquer tipo de donativo ou contribuição financeira. Pedimos que tenham atenção e que não respondam a pedidos suspeitos em nosso nome”, escreve a jovem que luta há três anos contra doença oncológica e fez, no fim de semana, um desabafo sobre a sua condição de saúde no Instagram. Ângela informa ainda que “não foi dada autorização para que sejam divulgados ou publicadas quaisquer mensagens, iniciativas ou conteúdos” em seu nome. E sublinha: “Qualquer informação que circule sem confirmação direta deverá ser considerada não oficial”.
A esta primeira mensagem, que assina “com amor, Ângela”, a jovem acrescenta uma segunda, referindo: “Obrigada por todo o carinho e todo o amor que estou a receber. Não tenho palavras para descrever”. E deixa ainda antever que poderá haver alguma evolução com carácter positivo do seu caso. “Assim que tiver novidade, irei partilhar convosco”, escreve, acrescentando ainda imagens de uma troca de emails com um pedido seu de devolução de donativos feitos no âmbito de uma campanha, que terá sido criada por alguém numa plataforma de crowdfunding.
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Recorde-se que o seu apelo num vídeo e numa mensagem escrita publicados nas suas contas de Instagram e Tik Tok, Ângela Pereira, internada no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, agitou as redes sociais e depressa chegou à comunicação social.
“Precisava que alguém me desse alguma esperança”, pediu Ângela, referindo que onde está internada, neste momento, “os médicos já fizeram tudo o que podiam”. Nos últimos três anos, foi submetida a dois transplantes de medula e seis linhas de tratamento, e entretanto tornou-se portadora de um fungo que obrigou à retirada de parte de um pulmão. “Sabia que o tinha, mas nunca pensei que as coisas chegassem onde chegaram. O fungo, que se chama Aspergillus, começou a atacar os meus pulmões, já tirei parte do pulmão direito. Fiz uma lobectomia do pulmão direito inferior e agora estou ligada a um dreno 24 horas por dia há cerca de um mês para poder respirar”, descreveu continuando: “Já estou a ficar com um pouco de falta de ar. Os médicos aqui já não me tratam mais. Não têm mais meios por onde me tratar. Fizeram tudo aquilo que puderam, retiraram-me a medicação e disseram-me que é uma questão de tempo até que eu morra”.
Ângela Pereira diz na mesma publicação: “Precisava de uma segunda opinião, de ser transferida do hospital, de fazer mais alguns exames, que alguém me desse alguma esperança para poder continuar cá e com os meus sonhos que são muitos”. Também referiu que “existe um hospital em Manchester, especializado” no fungo que a afetou.
Em reação à divulgação do caso pela própria doente, o IPO do Porto reagiu publicamente, para esclarecer o estado de saúde de Ângela. “A doente em causa encontra-se num contexto clínico de altíssimo risco”, indicou, revelando que todos os tratamentos se revelaram ineficazes. E que já foi solicitado apoio de Cuidados Paliativos, para a jovem que também está a ter acompanhamento psicológico.






